segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

241) Livro: de papel ou eletrônico?

Depois de quase perder a sanidade, estou quase voltando a este blog. Por ora, segue abaixo um texto sobre algo bastante em voga. Eximo-me de qualquer responsabilidade pelo texto; li-o muito superficialmente e dele não posso fazer juízo algum. Espero que seja bom.

Vinícius Portella

Porto Alegre,

Já publicamos alguns posts aqui no Blog falando sobre o momento atual dos e-readers e o futuro dos livros em papel, mas agora encontrei um texto no site da Revista Crescer que considerei simplesmente brilhante. 

Abaixo reproduzo o texto de Cristiane Rogerio - Editora de Educação e Cultura da Revista Crescer da Editora Globo. O artigo original (idêntico ao que estou postando aqui) está em http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI185944-17926,00.html 

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IPad X Livro


Por que a tecnologia sempre assusta? Com a chegada dos e-books e os encantamentos provocados pelo Ipad, será mesmo que os livros infantis estão ameaçados?

O que é isso?

É um livro.

Como se desce a página?

Não desce. Eu viro a página. É um livro.

É tipo um blog?

Não, é um livro. 

E por aí vai uma conversa que, vocês já entenderam, trata-se de uma piada, uma visão irônica da atual dicotomia livro de papel ou livro digital, do ilustrador e escritor norte-americano Lane Smith. Faz parte da obra É Um Livro, que ele lançou este ano e já foi trazido para o Brasil pela editora Companhia das Letrinhas. No enredo que permaneceu semanas na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times, um macaco mostra a um burro um livro. O burro altamente tecnológico não entende do que se trata e enche o macaco de perguntas como estas que coloquei no início do texto. O burro lê o livro, diverte-se, mas mesmo assim não entende o que é o, digamos, produto. A conversa vai de um jeito engraçado, mas infelizmente, coloca em dúvida a existência de um preconceito sutil. Porque termina com um “É um livro, burro”.

O fato é que é um livro divertido e assinado por um importante ilustrador. E vai provocar no pequeno leitor uma dúvida, que até pode nem ser uma questão da geração da qual ele faz parte. A disputa entre o livro de papel e o livro digital pode pertencer muito mais a nós que nascemos com um e sem o outro. Mas será que vale brigar?

Eu acredito que não. Primeiro vamos a outra questão: por que um livro é importante? Por sua forma ou conteúdo? O hábito nasce com o objeto ou pelo prazer de ler? Há muitas questões ainda sem resposta. O que buscamos quando nos deparamos com a busca por uma boa literatura? A forma ou a experiência?

Claro que uma das incríveis maravilhas de um bom livro é a interpretação que ainda não está pronta, um poder imaginar a Emília e a Alice de um jeito, o Dom Quixote de outro, só pelas palavras conduzidas pelo escritor. Ou sugeridas pelo ilustrador. A TV e o cinema nos trazem isso muito mais pronto, interagimos menos, é verdade. Mas uma boa história e uma boa interatividade não valem apenas por serem boas? Por provocarem emoção, risada, reflexão? 

Por que não podemos apreciar com gosto aplicativos para o Ipad e Iphone como o A Menina do Narizinho Arrebitado, de Monteiro Lobato, que não está disponível em papel? Por que não se emocionar com o aplicativo Moving Tales em que um conto é narrado em conjunto com uma belíssima animação? Estas experiências também não podem ser fantásticas? Não poderia um conservador também achar um absurdo a adaptação do inventivo Robert Sabuda e seus livros em pop-ups para os clássicos Peter Pan e Cinderela? Por que uma criança e um adulto não podem se divertir de um jeito e TAMBÉM do outro?

Estas são respostas que ainda estamos esperando. As tecnologias são novas a meu ver tanto para condenar o seu uso, quanto para prever o seu poder. Se demos oportunidade, não precisa de substituição. Quem grita demais, acaba falando sozinho. Vamos unir e preservar ao mesmo tempo. É possível. Sei que a duras penas, mas as famílias urbanizadas estão aos poucos abandonando o shopping-center como única opção de lazer e procurando os parques e outros passeios ao ar livre. Há muita gente deixando de lado o salgadinho e o refrigerante, e abrindo a casa para produtos mais saudáveis. A palavra é equilíbrio. Para ler na cama, abraçada com o filho uma bela história, talvez a mãe prefira mesmo um livro em papel. Mas para não interromper a leitura das aventuras do Sítio do Picapau Amarelo ou do bruxo Harry Potter por causa de uma viagem de férias, a criança prefira levar o e-book com toda a coleção. O leitor vai querer forma ou conteúdo?

Para quem quiser uma prévia, há uma animação com a história no site YouTube.


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O vídeo do Youtube é este aqui : 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

240)¬(P . ¬Q) ⊢ P ⊃ Q não é uma forma argumentativa válida

Hoje abateu-se sobre mim a sensação de que nada sei. E então um filme veio a minha mente e aquela questão pungente: o que fiz da minha vida? Mas o momento já não era de desespero; senão de uma certa serenidade ante os doze trabalhos que me aguardam e a necessidade de estabelecer objetivos e mobilizar meios para abandonar esta situação. Daí que a lógica se me faz tão importante: bengala branca tão cara aos cegos...


P.S: Penso que sejam interessantes os comentários no endereço de origem do que segue abaixo.


Vinícius Portella


Porto Alegre,
19 0102 nov 2010.   

¬(P . ¬Q) ⊢ P ⊃ Q não é uma forma argumentativa válida

"Não é o caso que ambos P e não Q logo se P então Q" é uma forma argumentativa válida na lógica clássica. Um exemplo de argumento válido com essa forma é o seguinte: Não é o caso que ambos, risco o fósforo e ele não se acende. Logo se risco o fósforo, então ele se acende.

Contra-exemplo de Geoffrey Hunter: Não é o caso que ambos: Geoffrey Hunter é solteiro e Geoffrey Hunter é não casado. Logo se Geoffrey Hunter é solteiro, então Geoffrey Hunter é casado

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

239) Teoria sobre desemprego rende Nobel.

Teoria sobre desemprego rende Nobel
Formuladores de modelo que explica as dificuldades de encontrar trabalho ganham prêmio de Economia

238) Grã-Bretanha quer obrigar desempregados a prestar serviços comunitários.

Essa é uma moda que certamente não pegaria no Brasil, terra infensa a contrapartidas e contratos impessoais. O importante é separar o joio e o trigo nesta situação: aqueles que buscam rendimentos às custas do erário e aqueles que de fato estão numa situação desfavorável por uma série de fatores alheios a suas vontades; isto nas suas mais diversas modalidades. Os burladores estão muito bem espalhados por todo o globo (ainda que se concentrem em certas bandas mais do que em outras); convém que se desenvolvam mecanismos para que não tenham chances de dilapidar o patrimônio público ou atrasar e mesmo obstar o benefício àqueles que de fato lhe fazem jus.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
08 0958 nov 2010.

Grã-Bretanha quer obrigar desempregados a prestar serviços comunitários

Agência de emprego pública britânica (arquivo)
Grã-Bretanha tem alta taxa de domicílios sem adultos trabalhando
O governo britânico vai propor que trabalhadores desempregados há mais de um ano sejam obrigados a prestar serviços comunitários voluntários sob pena de perder o direito a benefícios.
O ministro do Trabalho e Aposentadoria, Iain Duncan Smith, quer que beneficiários do seguro-desemprego por longos períodos dediquem um mês de sua mão-de-obra a tarefas como jardinagem, coleta de lixo e reparos em escolas.
As propostas são parte do pacote de reformas no sistema de bem-estar social da Grã-Bretanha promovidas pelo governo de coalizão conservadora-liberal-democrata.
Cerca de 5 mil de pessoas são beneficiadas pelo seguro-desemprego na Grã-Bretanha, onde o número de famílias sem trabalho é uma das maiores da Europa. A estimativa é que 1,9 milhão de crianças vivam em domicílios onde nenhum residente tem trabalho.
O governo alega que quer impedir que os desempregados vivam às custas do Tesouro e que beneficiários do seguro-desemprego realizem bicos não-declarados mesmo recebendo o pagamento.
"Uma coisa que podemos fazer é mobilizar as pessoas para realizar uma ou duas semanas de trabalho manual, para dar-lhes um senso de que estão trabalho, mas também quando suspeitarmos de que essas pessoas estão fazendo outros trabalhos", disse Duncan Smith.
"A mensagem é que elas se mexam, ou vai ser difícil."
Se não aceitarem o esquema ou demonstrarem negligência ao realizar os trabalhos, os beneficiários poderiam ter suspenso por três meses o pagamento do seu seguro-desemprego, que equivale a R$ 175 por semana (65 libras esterlinas).
Entretanto, a proposta levantou as críticas de outra parte da sociedade britânica, que defende que o governo simplesmente crie mais empregos na economia. Foi a posição da vice-líder do Partido Trabalhista, de oposição, Harriet Harman.
O governo tem sido acusado de tratar os desempregados por longos períodos como criminosos, por vezes obrigados a prestar trabalhos comunitários.
Outra voz contrária partiu do chefe da igreja anglicana, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams.
"Quem se encontra nesse ponto normalmente não é porque é má pessoa, estúpido ou preguiçoso, mas porque as circunstâncias estão jogando contra", disse o religioso.
"Quem já está batalhando para encontrar trabalho e um futuro seguro vai ser, eu acho, empurrado ainda mais para baixo, em uma espiral de incerteza, até de desespero."

237) Alemanha e China criticam plano de recuperação econômica dos EUA.

Alemanha e China criticam plano de recuperação econômica dos EUA
Zhou Xiaochuan/AP
Para Zhou, medida pode ter impacto 'muito negativo' fora dos EUA
A Alemanha e a China criticaram nesta sexta-feira o anúncio de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) injetará US$ 600 bilhões na economia americana até junho de 2011.
Em entrevista a um canal de televisão nesta sexta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que os Estados Unidos não vão resolver seus problemas, mas sim "criar mais problemas para o mundo".
O chefe do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, também falou a respeito do plano.
"Se a política doméstica é a melhor para os Estados Unidos somente, mas ao mesmo tempo não é a melhor para outros países, ela pode causar um impacto muito negativo no resto do mundo", disse Zhou.
Ele pediu uma reforma urgente no sistema monetário internacional, mas não ofereceu sugestões.
O Fed anunciou na última quarta-feira que gastaria US$ 600 bilhões para comprar títulos do Tesouro americano, na esperança de que a injeção de dinheiro possa impulsionar a economia do país.
No entanto, a manobra deve enfraquecer o dólar, beneficiando as exportações americanas e encarecendo as importações de outros países.
'Incompetente'
Em pronunciamento sobre o tema, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Cui Tiankai, disse que o Banco Central americano tinha o direito de tomar ações sem consultar outros países antes, mas afirmou que "eles nos devem alguma explicação".
O ministro alemão Schaeuble disse ainda que "com todo o respeito, o programa de ação americano é incompetente".
"Dizer que injetarão mais dinheiro no mercado não vai resolver os seus problemas", declarou.
Ele disse ainda que o governo alemão teria conversas bilaterais com oficiais americanos e que também deve levantar o assunto na cúpula do G20 em Seul, na próxima semana.
Na última quinta-feira, o ministro das Finanças, Guido Mantega, também alertou que a medida americana pode prejudicar o Brasil e outros exportadores.

236) Shell venderá participação em empresa na Austrália por US$3,3 bi.

Shell venderá participação em empresa na Austrália por US$3,3 bi



SYDNEY (Reuters) - A Royal Dutch Shell anunciou nesta segunda-feira planos de vender cerca de um terço da participação que detém na Woodside Petroleum por 3,3 bilhões de dólares, colocando a maior empresa de petróleo e gás da Austrália em jogo.
A Shell informou que permanecerá com a fatia de 24,27 por cento na Woodside por pelo menos um ano, mas que poderá vendê-la antes disso dependendo de determinadas circunstâncias, como uma aquisição total da Woodside.
A Woodside, que tinha valor de mercado de 35,9 bilhões de dólares australianos conforme cotação de fechamento nesta segunda-feira, é responsável pela operação do gigantesco projeto North West Shelf no oeste da Austrália, que responde por aproximadamente 40 por cento de toda a produção de petróleo e gás do país.
A Shell afirmou que venderá 10 por cento de participação na Woodside a 42,23 dólares australianos por ação e que a operação está sendo assessorada pelo UBS.

235) China promete apoio para Portugal sair de crise.

China promete apoio para Portugal sair de crise


AE - Agencia Estado
LISBOA - O presidente da China, Hu Jintao, e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, assinaram uma série de acordos comerciais neste domingo, mas não houve anúncio, como o esperado, de compra de títulos da dívida de Portugal por Pequim. Em visita à Grécia, no mês passado, a China anunciou a compra de títulos do governo da Grécia, além do fechamento de vários acordos comerciais.
"Estamos prontos para dar apoio, por meio de medidas concretas, aos esforços de Portugal para reduzir o impacto da crise internacional", disse Hu durante entrevista conjunta concedida pelos dois líderes. Hu também repetiu neste domingo uma promessa feita ontem, em Portugal, de dobrar as relações comerciais entre os dois países até 2015.
As instituições de crédito Millennium BCP e BPI assinaram um acordo com o Banco da China, um dos maiores entre os quatro mais potentes credores chineses, para identificar oportunidades de investimento na China, disse o governo de Portugal em nota.
A empresa de energia EDP fechou acordo com a China Power International com foco em energia renovável e cooperação na Europa, África e Brasil, diz a nota. O acordo também abre caminho para que o a empresa chinesa assuma uma parcela de participação na EDP, disse o presidente da companhia em paralelo à cerimônia. O governo português precisa reduzir sua participação de 25% na empresa para ajudar a ajustar as contas nacionais.
Os dois países anunciaram a assinatura de acordos nas áreas de turismo, telecomunicações e educação, mas nenhum investimento específico foi divulgado. "Estes acordos representam uma aposta nas relações econômicas dos dois países", disse Sócrates.
Portugal ocupa o posto de número 77 na lista de exportadores para a China. No ano passado, o país exportou 222 milhões de euros para a China e importou 1,1 bilhão de euros.
Hu chegou ontem a Portugal com sua esposa, Liu Yongging, e membros do governo chinês, além de cerca de 50 líderes empresariais. Ele veio da França, onde as autoridades chinesas assinaram mais de US$ 20 bilhões em contratos com empresas francesas. As informações são da Dow Jones. 

234) Obama indica apoio a assento para Índia em Conselho da ONU.

Obama indica apoio a assento para Índia em Conselho da ONU

 
NOVA DÉLHI (Reuters) - Em visita à Índia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou nesta segunda-feira que poderia apoiar o pedido da Índia de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - iniciativa que poderia consolidar as relações cada vez mais próximas entre os dois países.
"Nós discutimos a necessidade de instituições internacionais, de refletir as realidades do século 21", disse Obama durante uma entrevista coletiva à imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
"Falarei sobre a questão de um assento permanente para a Índia em meu discurso no Parlamento, hoje", declarou Obama.
Obama está realizando um giro por países asiáticos, que incluirá ainda a Indonésia, Japão, e Coréia do Sul, onde se realizará esta semana a cúpula do G20.
(por Patricia Zengerle e Alistair Scrutton)

233) Após eleições locais, Papandreau decide não dissolver Parlamento.

Após eleições locais, Papandreau decide não dissolver Parlamento

 
ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia, Georges Papandreau, descartou no fim da noite de domingo a possibilidade de antecipar as eleições parlamentares, depois de ter obtido apoio suficiente em eleições locais.
A ameaça de eleições prematuras, como forma de decidir se prosseguiria com seu radical programa de austeridade, havia agitado os mercados, mas analistas disseram que a decisão de Papandreau removeu as incertezas no curto prazo.
Estimativas oficiais preliminares indicam que o Partido Socialista (Pasko), de Papandreau, estava na dianteira em 7 de 13 regiões da Grécia enquanto a centro-direitista Nova Democracia liderava nas demais. Em alguns locais, a disputa estava muito acirrada é e quase certo que haverá um segundo turno no próximo domingo.
Papandreou havia dito que dissolveria o Parlamento caso não conseguisse apoio para pôr em prática os cortes orçamentários e reformas definidas em maio, após o país ter recebido um socorro financeiro de 110 bilhões de dólares da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para salvar a Grécia da bancarrota.
Papandreou dissera que iria basear sua decisão amplamente em como seus candidatos se sairiam no primeiro turno da eleição nas 13 regiões.
(Por Ingrid Melander e Harry Papachristou)

232) China aumenta pressão sobre EUA após medida do Fed.

China aumenta pressão sobre EUA após medida do Fed

 
PEQUIM (Reuters) - A China aumentou a pressão sobre Washington devido às últimas medidas do Federal Reserve para incentivar a economia norte-americana, com o vice-ministro das Finanças dizendo que os fluxos especulativos resultantes são um choque aos mercados globais.
Antes das reuniões da Apec e do G20 nesta semana, uma série de importantes economias alertaram sobre a decisão do Fed de injetar 600 bilhões de dólares adicionais ao sistema bancário dos Estados Unidos.
"Como um grande emissor de moeda global, para os Estados Unidos lançarem uma segunda rodada de 'quantitative easing' nesse momento, nós sentimos que não reconheceram a sua responsabilidade de estabilizar os mercados globais e não pensaram sobre o impacto da liquidez excessiva nos mercados emergentes", disse o vice-ministro das Finanças chinês, Zhu Guangyao, nesta segunda-feira.
Zhu disse que a China pretende ter "discussões francas" com os EUA sobre os planos de imprimir dinheiro.

231) O escasso capital humano (ou o gargalo brasileiro).

O escasso capital humano

- O Estado de S.Paulo
O Brasil, oitava maior economia do mundo, empata com o Zimbábue quando se compara a escolaridade média - 7,2 anos - das pessoas com 25 anos ou mais. Há 30 anos sob uma ditadura, devastado pela violência e com uma taxa astronômica de inflação, o país africano aparece no último lugar, numa lista de 169 países classificados com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). No 73.º posto, o Brasil avançou quatro posições desde o ano passado, ingressando no grupo das nações consideradas com IDH elevado. Mas essa mudança é insuficiente. O País continua a exibir péssimos indicadores de educação e saneamento, condições essenciais para o progresso individual e para a formação de um capital humano de alta qualidade. São condições essenciais para a consolidação de qualquer país como potência econômica, isto é, como economia moderna, competitiva e capaz de fazer diferença no quadro mundial.
O Ministério da Educação, como era previsível, tentou desqualificar a pesquisa, criticando seus métodos e critérios. Quando se levam em conta as pessoas com idade igual ou superior a 25 anos, os países em desenvolvimento são condenados a uma classificação desfavorável, segundo nota do Ministério. A alegação tem algum fundamento. De fato, os progressos na educação tendem a beneficiar principalmente as populações mais jovens, especialmente quando a pirâmide etária tem base muito larga. Esse é o caso da maior parte dos países pobres e em desenvolvimento. Mas o argumento perde força, quando se compara a posição do Brasil com a de vários outros emergentes: com o mesmo critério, o País aparece em posição pior que a média dos latino-americanos. Quando a comparação envolve os tigres da Ásia, como a Coreia do Sul e Taiwan, a desvantagem brasileira é mais evidente.
O quadro não melhora muito, quando se examinam levantamentos do IBGE, com números organizados de acordo com critérios aceitos oficialmente no Brasil. Segundo os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, cerca de 20% dos brasileiros com idade igual ou superior a 15 anos são analfabetos funcionais, incapazes de interpretar um texto curto e simples. São desqualificados para a maior parte dos trabalhos numa economia moderna. Mesmo as atividades tradicionalmente acessíveis a pessoas com pouca educação passaram a demandar mão de obra mais preparada. É o caso da construção civil.
As limitações brasileiras são bem conhecidas. Desde os anos 90 conseguiu-se universalizar o acesso ao ensino fundamental. O trabalho de inclusão de crianças nos primeiros anos de escola completou-se, ou quase, nos últimos dez anos. Mas a permanência na escola é muito limitada, apesar do progresso observado. Entre 2004 e 2009, a proporção de pessoas com pelo menos 11 anos de estudos aumentou de 25,9% para 33%. A parcela da população ocupada com pelo menos o ensino médio completo aumentou de 33,6% para 44,1% nesse período. A mudança poderia ter sido muito mais ampla, se o governo tivesse dado mais importância à educação fundamental e menos ao objetivo - em grande parte demagógico - de alargar as portas de acesso a faculdades.
A melhora educacional foi insuficiente, tanto em termos numéricos quanto de qualidade. As empresas têm dificuldade crescente para encontrar o pessoal necessário e houve nos últimos anos importação de mão de obra. Até há pouco tempo, a oferta de pessoal qualificado foi pelo menos suficiente para a construção de uma das maiores economias do mundo. Uma ampla parcela da população ficou para trás, com possibilidades muito menores de trabalhar produtivamente. Uma fração desses trabalhadores conseguiu ganhar dinheiro em serviços de baixa qualificação. Uma grande economia não pode depender desse tipo de atividade, frequentemente informal e até ilegal, para absorver a grande massa de mão de obra. Não se trata só de criar oportunidades, um objetivo prioritário de qualquer sociedade justa, mas também de ganhar eficiência e competitividade - uma condição para continuar crescendo e proporcionando empregos. 

230) Graças Foster é cotada para presidência da Petrobras.

Graças Foster é cotada para presidência da Petrobras

AE - Agencia Estado
BRASÍLIA - Com estilo de trabalho semelhante ao de Dilma Rousseff, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, deve ter papel de destaque no novo governo. Se não precisar ceder a vaga para acomodação política, Dilma poderá remanejar Graça, como é conhecida, para a presidência da Petrobras.
O comando da estatal, atualmente, está com José Sérgio Gabrielli (PT), mas a presidente eleita já teve vários embates com ele. Considerada a joia da coroa, a Petrobras tem orçamento maior do que muito ministério, com previsão de investimentos na casa dos R$ 91,3 bilhões para 2011.
Dilma também estuda a possibilidade de levar Graça para perto dela, no Palácio do Planalto. Na bolsa de apostas, o nome da engenheira química é cotado para a Casa Civil. Primeira mulher a integrar a diretoria executiva da estatal, Graça é vista como "gerentona" eficiente e "caxias", que trabalha mais de 12 horas por dia. Mas não tem perfil político.
A presidente eleita e Graça se conheceram em 1999 e ficaram mais próximas quando Dilma era ministra de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

229) Alemanha: protesto contra trem radioativo acaba em confronto.


Alemanha: protesto contra trem radioativo acaba em confronto
07 de novembro de 2010  08h19  atualizado às 13h25

Policiais entram em confronto com manifestantes que bloqueavam a ferrovia em protesto, em Leitstade. Foto: Reuters
Policiais entram em confronto com manifestantes que bloqueavam a ferrovia em protesto, em Leitstade
Foto: Reuters

    A polícia alemã e manifestantes antinucleares se enfrentaram violentamente neste domingo, no norte da Alemanha, por causa da passagem de um trem com resíduos radioativos vindo da França.
    A polícia usou cacetetes e gases lacrimogêneos contra cerca de 250 pessoas que tentavam retirar partes dos trilhos pelo qual deve passar o trem perto de Metzingen, a 30 km de seu destino final, o centro de armazenamento de Gorleben. Em resposta, os militantes atacaram os policiais com bengalas, informou um porta-voz da polícia, Markus Scharf.
    Os resíduos processados pelo grupo francês Areva partiram da França na sextaf-eira e devem percorrer 600 km sob vigilância de 16 mil policiais alemães para chegar ao depósito, em Gorleben, na noite deste domingo.
    O trem com o carregamento de resíduos nucleares é considerado "o mais radioativo da história" por ecologistas e leva 308 contêineres com 123 t de resíduos nucleares vitrificados. Os dejetos correspondem, segundo a empresa Areva, ao consumo elétrico de 24 milhões de pessoas durante um ano.
    Os militantes ecologistas de ambos lados da fronteira multiplicaram as operações para atrasar o avanço da composição, acorretando-se à via férra ou em pontes próximas. O movimento antinuclear redobrou de intensidade na Alemanha desde que a chanceler Angela Merkel decidiu este ano alongar a vida útil das centrais nucleares, que seu predecessor havia decidido fechar em 2020.
    Mais de 16 mil policiais alemães foram mobilizados para proteger o comboio. No sábado, uma importante manifestação reuniu 50 mil pessoas, segundo os organizadores, e menos de 20 mil, segundo a polícia, em Dannenberg, perto do centro de Gorleben.

    domingo, 7 de novembro de 2010

    228) Apenas para dizer que estou vivo.

    Apenas para dizer que estou vivo, escrevo estas palavras. Ultimamente, uma série de tarefas me têm tirado a atenção d'O Arqueiro Prudente. Nisso os acontecimentos tem-se avolumado de sobremaneira: houve o resultado das eleições; há uma onda anti-nordestina ao que parece e uma onda pró-nordestina se digladiando nos ambientes virtuais da rede de computadores; entre tantas outras coisas...

    Logo volto.

    Vinícius Portella

    Porto Alegre,
    07 0150 nov 2010.

    sexta-feira, 22 de outubro de 2010

    227) Dom Ináfio e seu séquito: aonde levarão o país?

    Interrupcao eleitoral (14): nao temos mais presidente...

    ...e sim um chefe de facção, e irresponsável, além de tudo.
    Por enquanto, limito-me a transcrever.
    Paulo Roberto de Almeida 

    O mestre deu a partida
    Dora Kramer
    O Estado de S.Paulo, 21/10/2010

    Em entrevista ao jornal espanhol El País no início deste ano, o presidente Luiz Inácio da Silva manifestou convicção na vitória. "Dificilmente perco essa eleição", disse, a despeito de o adversário à época apresentar vantagem nas pesquisas.

    Lula sabia do que estava falando: da disposição de usar e abusar de todos os métodos - quase infinitos - à disposição de um presidente da República para cavar o êxito que o levaria a bater recordes históricos de transferência de votos e a lograr espaço de honra no panteão dos presidentes eleitoralmente mais bem-sucedidos do Brasil.

    Para isso decretou que sua prioridade absoluta no último ano de mandato seria eleger Dilma Rousseff. Paralisou o governo, mobilizou toda a administração na perseguição dessa meta, rasgou a Constituição, violou todas as regras da boa conduta, atacou violentamente a todos que enxergou como adversários.

    Tão violentamente que governadores aliados ao governo e eleitos no primeiro turno criticaram direta e abertamente o presidente, atribuindo à sua conduta agressiva a perda dos votos suficientes para eleger Dilma no dia 3 de outubro passado.

    Não é de estranhar, portanto, a atitude dos manifestantes petistas que ontem agrediram o candidato José Serra durante um ato de campanha na zona oeste do Rio de Janeiro.

    Em 2002 o presidente recém-eleito Luiz Inácio da Silva agradeceu ao presidente que deixava o posto, Fernando Henrique Cardoso, a correção da atitude neutra à qual atribuiu, junto com a eficiência da Justiça Eleitoral, a sua eleição.

    Oito anos depois, o presidente Lula faz o oposto do que considerava o melhor para o Brasil. Desqualifica a Justiça, afronta a legislação e usa de maneira escabrosa a máquina pública; sem freios nem disfarces.

    Não há outra conclusão possível: Lula só leva em conta o que é melhor para si, já que passados esses anos certamente fez a conta de que a "correção" de FH fez o antecessor não eleger o sucessor.

    Como não quer correr o risco, Lula apropria-se indevidamente do patrimônio público, comete todas as infrações à sua disposição, leva o governo para a ilegalidade e ainda se vangloria como quem dissesse que vergonha é roubar e não poder carregar.

    O pior para ele é que com tudo isso ainda pode perder. O melhor para o País já foi feito quando o eleitorado criou esse espaço de confrontação final. Do qual o presidente da República abusa sem nenhum escrúpulo, aparentemente com a concordância do Ministério Público.

    A tropa que entrou em choque com a campanha tucana no Rio fez o que o mestre ensinou: vale tudo e mais um pouco para tentar ganhar a eleição.

    Mal contada. O inquérito da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo fiscal de várias pessoas ligadas ao tucano José Serra ainda não esclareceu de todo o caso, mas já permite uma constatação: é falsa a versão de que aquelas violações resultaram de um esquema maior de compra e venda de sigilo dentro da Receita, conclusão que o governo acha menos grave que a motivação eleitoral.

    Pois bem: pelo que diz Amaury Ribeiro (o jornalista que contratou a quebra de sigilo), a razão foi política. Segundo ele, em 2009 foi a São Paulo a custa do jornal Estado de Minas, onde trabalhava à época, para recolher dados para "proteger" o então governador de Minas, Aécio Neves.

    Meses depois, alguém do PT roubou dele as informações e montou um dossiê para tentar prejudicar os tucanos.

    Por enquanto a história não fecha direito e, pelo já visto, pode reservar emocionantes revelações.

    Por exemplo: por que o jornal Estado de Minas mandou um repórter a São Paulo coletar dados com objetivo de "proteger" o então governador? E proteger do quê, de uma ofensiva de José Serra? Quem pagou pela quebra do sigilo: o jornal, o governo do Estado ou Amaury? Se Amaury foi roubado, o que fazia na reunião com o setor de "inteligência" da pré-campanha do PT onde se negociavam as informações que viriam a fazer parte do dossiê entregue em junho de 2010 ao jornal Folha de S. Paulo? 

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    Pronto! A farsa do SBT e do PT está desfeita, agora pelo JN também! Lula mentiu! E o UOL, hein?
    Reinaldo Azevedo, 21/10/2010 às 21:40

    É de estarrecer, não? (video, ver neste link)

    Provado e comprovado: o episódio da suposta bola de papel que atingiu Serra no Rio nada tem a ver com o outro, quando um objeto acertou a sua cabeça e o fez interromper a caminhada. São momentos distintos, conforme prova a confrontação da imagem do cinegrafista do SBT com a filmagem feita em celular por um repórter da Folha. O Jornal Nacional acaba de levar a confrontação ao ar.

    É asqueroso que um presidente da República, como já escrevi aqui, não censure a violência da sua turma, como se a tropa de choque fascistóide que tentou intimidar os tucanos fosse uma coisa aceitável. É assombroso que um chefe de governo recorra a uma mentira clamorosa, passe a mão na cabeça de seus tontons-maCUTs e ainda condene a vítima.

    O PSDB tem de pedir direito de resposta no SBT e na Record, que veicularam a mentira da bola de papel. Qual mentira? Pode ter havido uma bola de papel, o que só agrava a questão, mas não foi ela a causar mal-estar na vítima. Tem de pedir direito de resposta na campanha de Dilma Rousseff e, quero crer, tem de recorrer à Justiça, também à criminal, contra o sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que não é inimputável. Serra teve a sua honra agredida pelo sr. presidente da República.

    E o UOL?
    Até havia pouco, o UOL sustentava a dúvida sobre a bola de papel, como se as imagens que provam a farsa petista não fossem de um jornalista da Folha de S. Paulo — que pertence ao mesmo grupo.

    Nunca antes na história destepaiz houve um presidente como este, que desprezasse tanto o decoro necessário para o exercício do cargo. Nunca antes na história destepaiz houve setores da imprensa como os que vemos hoje, sempre prontos a transformar as vítimas em culpadas.

    Lula rebaixou tudo: o decoro, as instituições, a legalidade, a civilidade política e, com as exceções de sempre, o jornalismo.

    PS - Ah,sim: este blog já havia antecipado a farsa petista, certo?
    Reinaldo Azevedo