terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

248) Nota sobre o Mundo Islâmico.

N
ão sei por que cargas d’água, acordei de madrugada e não consegui retornar para o meu sono. Por acaso, então, vi um daqueles vídeos exibidos pela TV Globo em que um clérigo de alguma religião fala sobre a visão de seu credo quanto ao assunto em questão. No caso, a religião era o Islã – não me recordo como se denominava seu representante – e o assunto girava em torno de métodos anticoncepcionais como a pílula. Chamou-me a atenção sua resposta quanto à existência ou não de políticas públicas de controle de natalidade no mundo islâmico. Sua resposta dizia que não, que, tendo como sustentar seus membros, este assunto competia exclusivamente ao Profeta e à família, não devendo o Estado ter ingerência sobre isto. Cá não venho discutir este ponto, refutá-lo ou o subscrever. Apenas ressaltar uma noção que, a meu ver, me pareceu bastante liberal.

Em contraste, o mundo árabe está convulso em meio a tantas manifestações e muito distante de um ambiente de liberalidade. Temos lá ditaduras, anseios de liberdade e de outras coisas menos nobres ou mesmo sórdidas. Pergunto-me porque lá os ditadores se aferram tanto ao poder, enquanto, por exemplo, na América Latina foram os próprios regimes autoritários, em grande parte, que promoveram a passagem do poder às instituições democráticas. Tenho minhas hipóteses, mas numa outra oportunidade escrevo sobre elas.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
22 0951 fev 2011.