sábado, 11 de setembro de 2010

210) Quilombo da Razão

Extra, Extra! Faz poucos dias, iniciou suas atividades o Quilombo da Razão. Contando com a participação da inteligência de Paulo Roberto de Almeida, reluzente como os gumes de uma adaga, o blog pretende ser "uma posição fortificada, uma base de operações para incursões contra os irracionalismos, seja lá a cor que tiverem". Deposito muita esperança nesse quilombo.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
11 0255 set 2010.

209) Por que Marina? Por Diego Rodrigues.

Um amigo desses pelos quais lamentamos o afastamento imposto pela vida pediu-me uma opinião sobre um texto que publicara em seu blog. Eu gostei do lá exposto. No entanto, não vejo como algo negativo o fato de nossas eleições serem decididas em primeiro turno. Em verdade, tudo dentro das normas democráticas. Acredito, isso sim, que ele acerte em se referir ao esvaziamento de nosso debate político. Estas eleições tem-nos provado esse esvaziamento e o prosseguimento da tendência da discussão por meio de slogans. Não teria como apreciar a dimensão econômica do discurso de Marina; todavia, há muito tenho a impressão de que tanto Dilma quanto Serra padecem desse fetichismo cepalino por "crescimento econômico" ao qual se refere meu amigo Diego Rodrigues. Lamento, entretanto, não possuirmos candidatos nem propostas que se proponham a solucionar nossos problemas crônicos orientadas a um momento de nova inflexão tecnológica e de crescente integração internacional. Por fim, recomendo a leitura dos demais textos do Blog do Diego Rodrigues.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
11 0139 set 2010.

"(...) como economista, vejo o discurso de Marina muito mais moderno que o dos candidatos que lideram as pesquisas. "
As mais recentes pesquisas de opinião de qualquer instituto têm mostrado a forte ascensão da candidata do PT à presidência da república, Dilma Roussef, num quadro já tratado por alguns especialistas como irreversível. Se a tendência se confirmar, a candidata do presidente Lula deve se eleger já no primeiro turno, no próximo outubro.

Sei que a ida a um eventual segundo turno tende a ser nada mais que o adiamento em quinze dias da eleição de Dilma, já que, mesmo lá, o quadro é muito favorável à candidata. Mas a não ida a um segundo turno nas eleições presidenciais me perturba: vejo isso como o esvaziamento do debate político em prol das estratégias de propaganda, ou, mais especificamente, em prol da simples capacidade de transferir voto que o presidente Lula tem atualmente. Na minha opinião, a ausência de um segundo turno é ruim para o Brasil independentemente de qualquer coisa.

Que fique claro também que pelo menos parte do quadro atual se deve, penso, à incompetência surpreendente que rodeou o PSDB nesses últimos meses. Lembremos que há um ano a diferença de vinte pontos percentuais de vantagem nas pesquisas de opinião pertenciam ao candidato José Serra, mesmo muito antes de sua indicação como candidato. A briga de egos entre o então governador de São Paulo e Aécio Neves, além da inexistência de um projeto claro de oposição no país ao longo dos oito anos de governo Lula, contribuiu para que agora esteja absurdamente perdido o que antes estava praticamente ganho.

Sou só um economista, e minha visão do mundo, portanto, é estreita. Como tal, porém, vejo as candidaturas de Dilma Rousseff e José Serra como muito parecidas, apesar das farpas trocadas com mais afinco ocorrer exatamente entre esses dois candidatos. Não sei como seria um governo Rousseff, mas até arrisco a dizer que as políticas de Serra seriam mais (o que em economia eu classificaria como) à esquerda que foram as de Lula, particularmente as do primeiro mandato.

Dilma e Serra parecem ainda trazer consigo aquela tradição cepalina de fetiche por crescimento econômico, o vendo como fim único do desenvolvimento, feito na base de demanda puxada pelo Estado, e a idéia anacrônica de “projeto nacional”. Trata-se do pensamento trazido pelo governo Lula, e simbolizado pelo incremento do papel das estatais, do crescimento ainda maior do governo, e da mão com quatro dedos do presidente estampada no macacão da Petrobrás a pretexto do pré-sal, ao estilo da campanha “O Petróleo é Nosso”.

O que me preocupa mais no Brasil atual é exatamente essa euforia esquizofrênica que estamos sentindo. Vivemos a época da retomada do crescimento econômico, particularmente para as camadas mais pobres da população, da Copa no Brasil, das Olimpíadas, do petróleo. Tentamos salvar o mundo do Irã nos utilizando da nossa tradição pacifista. “Lula é o cara”, de acordo com Obama, e é o líder mais influente do mundo, de acordo com a Times. Nada me tira da cabeça que se tivéssemos ganho a Copa do Mundo desse ano, Dilma teria uns 80% de intenção de voto. Tornamo-nos nacionalistas, falar mal do país é feio: é “ame-o, ou deixe-o”. Nem Serra pode falar mal, pois, se o fizer, perderá votos. Enfim, estamos com aquele sentimento de que falta muito pouco para nos tornarmos a “potência” em que Lula acredita, algo, porém, que já vimos décadas atrás com governos como o de JK, a quem, aliás, Lula gosta de se comparar, e cujos resultados conhecemos.

Pois quem corre por fora nessa empreitada, e é deveras a novidade no discurso político brasileiro, é a candidata Marina Silva, do PV. Nessa eleição, meu voto é dela. Marina Silva é acreana, sobreviveu a sérios problemas de saúde durante sua infância, se alfabetizou depois dos quinze anos graças ao Mobral (programa de alfabetização tardia da época dos governos militares), conseguiu se graduar em História pela Universidade Federal do Acre, foi colega de luta e amiga pessoal do ativista pela Amazônia assassinado Chico Mendes, chegou a senadora e ministra, e poucas vezes a vi se utilizar dessa maravilhosa biografia para arrecadar votos, como o fazem muitos outros candidatos, com muito menos a apresentar.

Além disso, e novamente como economista, vejo o discurso de Marina muito mais moderno que o dos candidatos que lideram as pesquisas. Marina vê o crescimento econômico como um elemento a mais do desenvolvimento de um país, que deve ser composto evidentemente por outros elementos que constituem a qualidade de vida de uma sociedade, numa idéia coerente com a que se tem acerca desenvolvimento na moderna literatura econômica. E ela não se refere somente às questões ambientais, como o eleitor de caricaturas (aquele que confunde absurdamente a Marina Silva com a Heloisa Helena, por exemplo) pode imaginar, mas também ao papel do mercado nesse processo, do Estado, e das instituições, como a própria democracia. Quanto a isso, aliás, Marina parece superar o tom ranzinza que ronda a eleição atual, do embate do “bem” contra o “mal”, compreendendo que mesmo isso faz parte da idéia de desenvolvimento de uma sociedade.

Claro que nem tudo são flores. Por exemplo, não sei quem comporia um eventual governo Marina Silva, não conheço os quadros do PV, e, sinceramente, acho que este não teria condições de montar um governo (só conheço o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, que tem orientado Marina nas questões econômicas, e quem seguramente tem influenciado suas idéias acerca de desenvolvimento econômico). Já ouvi falar também de algumas alianças espúrias desse partido nas eleições para os governos de alguns estados. O que realmente me preocupa em Marina Silva, no entanto, é o fato dela ser evangélica, e como isso afetará o tratamento de questões como drogas, aborto e casamento homossexual, que, para mim, compõem invariavelmente uma agenda de desenvolvimento. No entanto, não pensemos que os demais candidatos tratarão disso com mais propriedade. Pelo contrário, seus perfis, mesmo o do PT, com suas alianças com bases eclesiásticas, não parecem tendentes a enfrentar as concepções morais de um dos povos mais conservadores do planeta, como o nosso. Marina, por sua vez, já declarou e explicou a separação que faz de sua fé das questões de Estado, noutra demonstração da maturidade de sua visão de desenvolvimento e democracia.

Porém, sei que a eleição de Marina para presidenta é praticamente impossível e, no fundo, penso também se essa é a melhor hora para um eventual governo seu. No entanto, se eu não votasse em Dilma em virtude de alguma rejeição a ela, a Lula ou ao PT, votaria em Marina, e não em Serra. Num eventual segundo turno, Marina tem muito mais chances de atrair algum eleitor inseguro de Dilma que Serra, contanto com um fenômeno que já elegeu Rigotto e Yeda para o governo do Rio Grande do Sul como “azarões” em virtude da rejeição ao PT naquele estado, como o é Marina nessa eleição à presidência. Se já acho o segundo turno importante para o país, ficaria muito mais satisfeito em ver uma candidata com a história e idéias de Marina Silva lá.

domingo, 5 de setembro de 2010

208) Ináfio-fó, brilha uma estrela...


Clica aqui ou na imagem para ir a seu endereço de origem.

207) Democracia em risco, Democracia virtual; por Fernando Henrique Cardoso. (Ou seria um canto de cisne tucano?)

É bastante provável que a candidata do PT venha a ocupar a Presidência da República. Em parte, a explicação a isto está no momento de bonança internacional usufruído pelo Governo Lula. O país não sofreu com graves crises econômicas internacionais de 2002 até o corrente ano e se houve bem com a bolha imobiliário dos EUA que contaminou mercados do mundo inteiro. Para muitos, o Governo foi exemplar no combate a seus efeitos no Brasil, a ponto de ser um dos primeiros países a recuperar-se da dita crise e voltar a crescer. Os números com que o país têm crescido são usados como trunfo na propaganda de Lula. No entanto, pouco se ouve falar no quão abaixo da média mundial temos crescido por todos estes anos. Por que causas isso se dá? Eu não arriscaria palpites; penso, no entanto, ter ouvido Eduardo Giannetti da Fonseca falar sobre isso e aconselho que se procure suas declarações no que diz respeito a isso. A realidade não é tão azul como "nunca antes nesse país" se pintou. Penso que certa "prosperidade" - aqui o digo com toda a reserva - serviu para turvar um pouco nossa visão. Enquanto perdurar esse espírito do "beija-mão", de que nossas necessidades são resolvidas numa esfera alheia e independente de nossas vidas, continuaremos perdendo muitas oportunidades de maior crescimento. Nosso castelo apresenta muitas rachaduras - muitas se acentuando - mas quem liga para elas ante o carisma majestático de Dom Ináfio Lula da Filva?

Vinícius Portella

Porto Alegre,
05 2114 set 2010.

Um canto de cisne tucano? - Fernando Henrique Cardoso



Com perdão pela confusão zoológica, mas essa é a impressão que tive ao ler este artigo do ex-preidente. Já quase conformado com a situação, e deplorando, em altos termos sociológicos, a erosão das regras democráticas e a deterioração das instituições.
Esse é o Brasil real: um povo com 70% do eleitorado dotado de educação primária para baixo, ou seja, deseducado politicamente, se prepara para confirmar seu apreço por um presidente vindo do povo.
Que não se veja neste meu argumento uma reclamação elitista. Sou da elite, por uma simples questão de renda e de educação, aliás primeiro pela educação, pois ela veio bem antes da renda: eu já era de elite quando ainda era pobre, por ter sido simplesmente beneficiado com uma escola pública de qualidade e ter podido frequentar bibliotecas públicas infantis, e ter aprendido tudo o que é possível aprender num ambiente aberto à ascensão dos mais pobres.
Essas condições, infelizmente, já não existem mais no Brasil.
A situação atual é esta que estamos assistindo: de uma tremenda decadência institucional e uma deterioração do mores político.
Teremos de conviver com isso durante muito tempo.
Conformem-se, sociólogos e outros visitantes...
Paulo Roberto de Almeida 


Democracia em risco, Democracia virtual

Fernando Henrique Cardoso

O Estado de S.Paulo, Sábado, 4 de Setembro de 2010


Vivemos uma fase de democracia virtual. Não no sentido da utilização dos meios eletrônicos e da dicionário do Aurélio: algo que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual. Faz tempo que eu insisto: o edifício da democracia, e mesmo o de muitas instituições econômicas e sociais, está feito no Brasil. A arquitetura é bela, mas, quando alguém bate à porta, a monumentalidade das formas institucionais desfaz-se em um eco que indica estar a casa vazia por dentro.

Ainda agora a devassa da privacidade fiscal de tucanos e de outras pessoas mais mostra a vacuidade das leis diante da prática cotidiana. Com a maior desfaçatez do mundo, altos funcionários, tentando elidir a questão política – como se estivessem tratando com um povo de parvos –, proclamam que “não foi nada não; apenas um balcão de venda de dados...”. E fica o dito pelo não dito, com a mídia denunciando, os interessados protestando e buscando socorro no Judiciário, até que o tempo passe e nada aconteça.

Não tem sido assim com tudo o mais? O que aconteceu com o “dossiê” contra mim e minha mulher feito na Casa Civil da Presidência, misturando dados para fazer crer que também nós nos fartávamos em usar recursos públicos para fins privados? E os gastos da atual Presidência não se transformaram em “secretos” em nome da segurança nacional? E o que aconteceu de prático? Nada. Estamos todos felizes no embalo de uma sensação de bonança que deriva de uma boa conjuntura econômica e da solidez das reformas do governo anterior.

No momento do exercício máximo da soberania popular, o desrespeito ocorre sob a batuta presidencial. Nas democracias, é lógico e saudável que os presidentes e altos dirigentes eleitos tomem partido e se manifestem em eleições. Mas é escandalosa a reiteração diária de posturas político-partidárias, dando ao povo a impressão de que o chefe da nação é chefe de uma facção em guerra para arrasar as outras correntes políticas. Há um abismo entre o legítimo apoio aos partidários e o abuso da utilização do prestígio do presidente, que além de pessoal é também institucional, na pugna política diária. Chama a atenção que nenhum procurador da República, nem mesmo candidatos ou partidos, haja pedido o cancelamento das candidaturas beneficiadas, senão para obtê-lo, ao menos para refrear o abuso. Por que não se faz? Porque pouco a pouco estamos nos acostumando que é assim mesmo.

Na marcha em que vamos, na hipótese de vitória governista – que ainda dá para evitar – incorremos no risco futuro de vivermos uma simulação política ao estilo do PRI mexicano – se o PT conseguir a proeza de ser “hegemônico” – ou do peronismo, se mais do que a força de um partido preponderar a figura do líder. Dadas as características da cultura política brasileira, de leniência com a transgressão e criatividade para simular, o jogo pluripartidário pode ser mantido na aparência, enquanto na essência se venha a ter um partido para valer e outro(s) para sempre se opor, como durante o autoritarismo militar.

Pior ainda, com a massificação da propaganda oficial e o caudilhismo renascente, poderá até haver anuência do povo e a cumplicidade das elites para com essa forma de democracia quase plebiscitária. Aceitação pelas massas na medida em que se beneficiem das políticas econômico-sociais, e das elites porque estas sabem que neste tipo de regime o que vale mesmo é uma boa ligação com quem manda. O “dirigismo à brasileira”, mesmo na economia, não é tão mau assim para os amigos do rei ou da rainha.

É isso que está em jogo nas eleições de outubro: que forma de democracia teremos, oca por dentro ou plena de conteúdo. Tudo mais pesará menos. Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas, assim como é certo que a oposição se opôs menos do que deveria à usurpação de seus próprios feitos pelos atuais ocupantes do poder. Esperneou menos diante dos pequenos assassinatos às instituições que vêm sendo perpetrados há muito tempo, como no caso das quebras reiteradas de sigilos. Ainda assim, é preciso tentar impedir que os recursos financeiros, políticos e simbólicos reunidos no Grupão do Poder em formação tenham força para destruir não apenas candidaturas, mas um estilo de atuação política que repudia o personalismo como fundamento da legitimidade do poder e tem a convicção de que a democracia é o governo das leis e não das pessoas.

Estamos no século 21, mas há valores e práticas propostos no século 18 que foram se transformando em prática política e que devem ser resguardados, embora se mostrem insuficientes para motivar as pessoas. É preciso aumentar a inclusão e ampliar a participação. É positivo se valer de meios eletrônicos para tomar decisões e validar caminhos. É inaceitável, porém, a absorção de tudo isso pela “vontade geral” encapsulada na figura do líder. Isso é qualquer coisa, menos democracia. Se o fosse, não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, ou o Getúlio do Estado Novo (que, diga-se, não exerceu propriamente o personalismo como fator de dominação) e assim por diante. É disso que se trata no Brasil de hoje: estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal (e, amanhã, quem sabe, maternal). Por mais restrições que alguém possa ter ao encaminhamento das campanhas ou mesmo a características pessoais de um ou outro candidato, uma coisa é certa: o governismo tal como está posto representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática. Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia.
   

206) Meus Sobrinhos.

 Há também que se ver o lado bom do mundo. Se para mim as coisas não vão lá muito bem, quanto ao que há de mais importante eu não tenho o que reclamar. Amo minha família. Veio-me isso à mente por ser hoje o aniversário de uma das minhas sobrinhas. Iria dedicar-lhe uma nota, mas como não o tivesse feito com as outras duas que já fizeram aniversário neste ano, não me senti confortável para isso. Eu sou apaixonado por meus sobrinhos e não os difiro. Vejo neles muito talento e creio que, adultos, ainda darão muitas alegrias a mim e a minha família. Desta forma, por esse motivo particular, escrevo a eles de maneira indeterminada.
 
De minha parte, venho me esforçando para também contribuir com seus respectivos futuros. Eles são, no momento, a maior aposta que tenho para o futuro e talvez sejam aquilo que monopoliza quase integralmente meu otimismo para este mundo. Eu não chego a ser um pessimista; pouco eu sei, mas duvido de muito, como diria Riobaldo. Diante de tanta barbaridade, são minha melhor cartada.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
05 0405 set 2010.

205) Do lado de cá, eu sem noite de São João preso a profunda divagação.

DO LADO DE CÁ, EU SEM NOITE DE SÃO JOÃO PRESO A PROFUNDA DIVAGAÇÃO. Feriadão; tudo parece ocorrer para além do muro do meu quintal. Talvez me esteja expondo de maneira indevida, mas ao menos é a tentativa de transformar em criativo esse meu senso de alheamento. O que mais me incomoda não é este insulamento; o que mais me incomoda é não conseguir dar uma forma ao que sinto e produzir alguma obra a partir disso. É esvair-me absorto e não me realizar. Eu queria gritar, mas sou mudo.

Por hoje é só.

Vinícius Portella

Porto Alegre,
05 0340 set 2010.

204) Noite de São João, por Fernando Pessoa / Alberto Caeiro.

 

Noite de S. João para além do muro do meu quintal. 
Do lado de cá, eu sem noite de S. João. 
Porque há S. João onde o festejam. 
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite, 
Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos. 
E um grito casual de quem não sabe que eu existo.  
(Fernando Pessoa / Alberto Caeiro)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

203) Do Trabalho, por Seu Madruga.

"Trabalhar não é ruim; o ruim é ter de trabalhar."

Seu Madruga